Hoje o governo debate em Brasília, em audiência pública, questões relativas ao uso e produção do tabaco no Brasil. A reunião vai acontecer na Câmara dos Deputados e tem a intuito de restringir o quanto possível o uso desta droga. Para quem é novo e não lembra, um dia as marcas de cigarro já gozaram de espaço e liberdade nos comerciais de TV, mas de um tempo pra cá a coisa tem mudado, não porque o cigarro passou a fazer mais mal, mas porque determinados setores acham mais do que certo lutar contra esse hábito de escolha pessoal.
Longe de ter um lobby forte como o do álcool, o cigarro perde todas as batalhas e seus adeptos sentem no bolso – pagando mais caro – e nas pernas, tendo que sair de qualquer lugar para satisfazer sua vontade de fazer fumaça. Será o tabaco assim tão mais perigoso e urgente do que o álcool, patrocinador de tantos eventos relacionados ao esporte? E mais, até que ponto nossos legisladores estão a par sobre direitos individuais, riscos da saúde e dados da indústria brasileira? Você acha que esse debate não tem nada a ver com a maconha?
Pois então está errado. No balaio das drogas ilícitas nós ainda vamos mexer, mas o ponto da questão aqui é identificar como as atuais medidas podem futuramente prejudicar o debate pela legalização ou descriminalização da cannabis e seu uso.
Ainda sobre as lícitas, vale lembrar que saiu essa semana a notícia de que o álcool, somado ao jovem no volante, tem feito estragos consideráveis. Estima-se que no Brasil morram pelo menos 40 mil pessoas vitimadas pelo excesso de bebida. 40 mil pessoas, por ano, sem contar indivíduos gravemente feridos e tudo mais. Está explícita a contradição, não?
As Secretarias da Saúde não se intimidam. Cria-se por aí o que chamam de Clínica Pública para Dependentes em Álcool e Drogas. Lá eles atendem um público que 70% é vitima do crack, embora juntamente com essa, outra droga seja de grande incidência: o álcool, muitas vezes combinado com o uso da pedra. Tratar é extremamente importante, claro. Assim como campanhas educacionais, mas… será que isso tudo está sendo bem feito? O Chapa2 hoje é de mais perguntas do que respostas. Acreditamos que há uma incrível desordem quando o assunto a ser debatido são as drogas no cenário brasileiro, sejam elas lícitas ou ilícitas.
Nesse imenso balaio e entre acusações difusas e desconexas, a única droga que pode ser consumida in natura sofre tão quanto seus adeptos. As vezes alguns vasos apreendidos, outras vezes milhares de pés incinerados, tapa na cara do maconheiro. Longe de serem medicinais, tabaco e álcool são vendidos na esquina. Muito longe de ser uma droga leve, o crack também se encontra em qualquer buraco, aliás, em época de seca da erva o relato de muitos leitores é que nas bocas o que não falta é a maldita pedra. Vamos Marchar pra ver se melhora? O Brasil merece – carece – avanços.
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